Ricardo AKN, nasceu em 1979. Começou sua trajetória como a grande maioria dos chamados
artistas de rua através da pichação, seus primeiros traços com pintura
surgiram em muros e fachadas de São Paulo em 1997.
Akn tem um trabalho rico em cores e bem equilibrada às vezes aparecem
formas geométricas e manchas sobrepostas, sua forma de pintar com três
ou quatro camadas da à impressão de tridimensionalidade.
Algumas de suas pinturas, entretanto, são feitas sobre painéis de
madeira que ele mesmo constrói, algumas trazem relevos, recortes de
madeiras onde o artista trabalha elementos como a sobreposição, a
saturação de cores e a tridimensionalidade, esta última também presente
em desenhos tecnicamente complexos, onde figuras, símbolos e padrões
geométricos e orgânicos surgem de linhas meticulosamente entrelaçadas,
resultado de sua técnica consistente e madura.
Sua pesquisa vai da Mitologia, surrealismo, realismo ao psicodelismo,
criando um ambiente cheio de volumes, profundidade e cores.
Camila Pavanelli, conhecida como Minhau, é artista urbana. Desde a
infância, já pintava cerâmica e sucata, mas foi em 2004 que iniciou
carreira com a colagem de desenhos – “lambes” – pela cidade de São
Paulo.
Minhau - Camila Pavanelli,
Sua arte aparece em lugares enigmáticos da cidade, como Estação da Luz,
ruas Augusta e Frei Caneca e muros do Brás.
Minhau
Minhau
Influenciada pelo grafiteiro Chivitz, começou a colorir os muros
da metrópole grafitando gatos coloridos, figura recorrente em seu
trabalho.
Minhau e Chivitz
Minhau e Chivitz
Natural de Piracicaba, é casada com o grafiteiro veterano, Chivitz. Foi junto com ele que pintou seu primeiro muro. "Estou evoluindo a cada dia, gosto de trabalhar com todas as cores possíveis, usando traços soltos."
Minhau e Chivitz
Há trabalhos seus decorando
pratos promocionais do restaurante Spoleto e modelos das sandálias
Havaianas.
Minhau - Spoleto
Minhau - Havainas
A grafiteira faz parte dos artistas que intervém no cenário da cidade. O mais legal é que a Minhau retrata gatos super coloridos em seus trabalhos, trazendo mais alegria ao ambiente.
Uma galeria a céu aberto. Localizada na Rua Gonçalo Afonso, o Beco do Batman,
pequena viela na Vila Madalena, um bairro boêmio da zona oeste da cidade de São Paulo.
Com paredes inteiramente
dedicadas ao grafite, sua história remonta à década de 1980, quando um
desenho do homem-morcego apareceu naquele canto do bairro. Por este motivo, acabou atraindo estudantes de artes plásticas, que começaram a
fazer desenhos de influência cubista e psicodélica nas suas paredes.
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
No Beco, os grafites são renovados constantemente por grafiteiros e a
comunidade também colabora na conservação da arte aplicada nas paredes.
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Devido as constantes renovações artísticas, o local tornou-se um ponto turístico obrigatório para quem gosta da street art, com isso, ela geralmente está sempre movimentada.
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Apesar de não ser uma galeria de arte formal, no Beco do Batman também tem suas regras.
Não é permitido desenhar sem autorização, pois isso acaba fugindo da ética deste ambiente. O grafite que estiver na parede, o autor acaba sendo responsável por aquele pedaço. Quando algum grafiteiro verifica que alguma arte já está desgastada e ele deseja renová-la com outra arte, será necessário contactar o grafiteiro da arte que já está exposta e solicitar autorização.
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Esta viela escondida passou a servir de cenário para fotos de publicidade, festas e passeios turísticos. Até mesmo, pessoas que não eram tão apreciadoras de artes acabam se encantando com o local e gerando muitas "selfies".
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Beco do Batman. Foto: Cihh Santos
Beco do Batman
End.: Rua Gonçalo Afonso e Rua Medeiros de Albuquerque – Vila Madalena – São Paulo.
Magrela é de São Paulo, da Vila Madalena. Autodidata, sempre teve um
contato forte com a arte.
O desenho sempre foi seu modo de expressão. Muito criativa,
inventiva. Acredita que aprendeu tudo isso observando meu pai pintando telas.
Começou a pintar nas ruas no final de 2007, em São Paulo, com um grupo
de amigos. As ruas serviram de base para os desenhos acumulados em cadernos.
São
Paulo, do final dos anos 1990 para cá, é a cidade exemplo da diversidade
de arte de rua.
Seus trabalhos podem ser encontrados principalmente nas ruas de São Paulo, mas também em Belo Horizonte, Rio de janeiro, Portugal, Londres e NYC.
Representando o estilo do graffiti brasileiro, que usa da intuição e intensa criatividade, Mag se encontrou também em telas, escultura em argila, assemblagens, bordados e azulejos.Inspira-se na euforia urbana de São Paulo para transitar por temas que falam sobre a mistura da cultura brasileira: a fé, o profano, o ancestral, a batalha do dia-dia, a resistência, a busca pelo ganha-pão, o feminino.
Seus personagens dispostos nos muros contrastam com a arquitetura cinza e sofrida das cidades, propondo uma pausa a qualquer um que procure refúgio para outros pensamentos.
Eduardo Kobra nascido em 1976, Kobra é um artista brasileiro. Começou sua carreira como pichador, depois se tornou grafiteiro e hoje considera-se um muralista. Também cria obras que simulam as três dimensões.
Com apenas 11 anos de idade, Kobra iniciou sua carreira artística na periferia de São Paulo. Com a criação do estúdio Cobra em 1990, o artista ganhou destaque pelas suas qualidades como designer pelo realismo de suas pinturas.
Se tornou conhecido pelo projeto Muro das Memórias em São Paulo, em 2005, onde retratou cenas antigas da cidade. Além da capital paulista, diversas cidades brasileiras contam com suas obras. Também têm obras em outros países, como Inglaterra, França, Estados Unidos, Rússia, Grécia, Itália, Suécia e Polônia.
Kobra apresenta obras ricas em traço, luz e sombra. O resultado é uma série de murais tridimensionais que permitem ao público interagir com a obra. A idéia é estabelecer uma comparação entre o ar romântico e o clima de nostalgia, com a constante agitação característica dos grandes centros, como é São Paulo hoje.
Paralelamente, Kobra realiza exposições dentro e fora do Brasil, além de pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos. O artista realizou na Praça Patriarca, no centro de São Paulo, a primeira pintura em 3D sobre pavimento do Brasil.
A técnica anamórfica consiste em “enganar os olhos”, a pintura pode
parecer distorcida em certo ângulo, mas, vista do ângulo correto,
estipulado pelo artista ela se “torna” 3D, apresentando uma incrível
variação de profundidade e realismo. O mais recente projeto do artista,
chamado “Green Pincel”, visa combater artisticamente os vários tipos de
agressões do homem a natureza e ao meio ambiente.
Tomie Ohtake nasceu em Kyoto, no Japão, dia 21 de novembro de 1913, onde fez seus estudos. Em 1936 chegou ao Brasil para visitar um de seus cinco irmãos. Impedida de voltar, devido ao início da Guerra do Pacífico, acabou ficando no país. Casou-se, criou seus dois filhos, e com quase 40 anos começou a pintar incentivada pelo artista japonês Keiya Sugano. Veio a falecer em 12 de fevereiro de 2015.
Ela é uma das principais representantes do abstracionismo informal. Sua obra abrange pinturas, gravuras e esculturas. Foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1960; e em 1988, foi abençoada com a Ordem do Rio Branco pela escultura pública comemorativa dos 80 anos da imigração japonesa, em São Paulo.
A carreira atingiu plena efervescência a partir dos seus 50 anos, quando realizou mostras individuais e conquistou prêmios na maioria dos salões brasileiros. Em sua extensa trajetória participou de 20 Bienais Internacionais (seis de São Paulo, uma das quais recebeu o Prêmio Itamaraty, Bienal de Veneza, Tóquio, Havana, Cuenca, entre outras), e contabiliza em seu currículo mais de 120 exposições individuais (em São Paulo e mais vinte capitais brasileiras, Nova York, Washington DC, Miami, Tóquio, Roma, Milão, etc) e quase quatro centenas de coletivas, entre Brasil e exterior, além de 28 prêmios.
A obra de Tomie destaca-se tanto na pintura e na gravura quanto na escultura. Marcam ainda sua produção as mais de 30 obras públicas desenhadas na paisagem de várias cidades brasileiras como São Paulo (Av. 23 de Maio, 1988; Anhangabaú, 1984; Cidade Universitária, 1994, 1997 e 1999; Auditório Ibirapuera, 2004; Auditório do Memorial da América Latina, 1988; Teatro Pedro II em Ribeirão Preto, 1996; entre outras), Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Araxá e Ipatinga, feito raro para um artista no Brasil. Entre 2009 e 2010, suas esculturas alcançaram também os jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e a província de Okinawa, no Japão. Em 2012, ainda, foi convidada pelo Mori Museum, em Tóquio, a produzir uma obra pública que situa-se no jardim do edifício.
Sobre o seu trabalho foram publicados dois livros, vinte catálogos e oito filmes/vídeos, entre os quais o realizado pelo cineasta Walter Salles Jr. Em São Paulo, dá nome a um vibrante centro cultural, o Instituto Tomie Ohtake. Em comemoração ao seu aniversário de 97 anos, o Instituto exibiu cerca de 25 pinturas em grandes dimensões que investigam o círculo, produzidas em 2010.
Com seu reconhecimento, Tomie tornou-se uma espécie de embaixatriz das artes e da cultura no Brasil. Assim, durante toda sua vida foi sempre convocada a receber grandes personalidades internacionais, como a Rainha Elizabeth, o Imperador, a Imperatriz e o Príncipe do Japão, o dançarino Kazuo Ohno, a coreógrafa Pina Bausch, a artista Yoko Ono, o escritor José Saramago, o encenador Robert Wilson, entre muitos outros.
Em 2012, além da obra pública para Tóquio, criou uma série de pinturas azuis, nas quais, mais uma vez, fica evidente o seu interesse em renovar-se ao inventar uma nova pincelada – a pincelada como forma, sem que a tela perca o movimento e a profundidade característicos de sua produção.
Em 2013 Tomie Ohtake chegou aos 100 anos, comemorados com 17 exposições pelo Brasil, com destaque para as do Instituto que leva o seu nome: Gesto e Razão Geométrica, com curadoria de Paulo Herkenhoff no mês em que completou cem anos (novembro), Tomie Ohtake Correspondências e Influxo das Formas, ambas com curadoria de Agnaldo Farias e Paulo Miyada, realizadas respectivamente em fevereiro e agosto.
Em dezembro de 2014, a cineasta Tizuka Yamasaki lançou o documentário Tomie, que retrata com afetividade e delicadeza o universo da artista, mesclando momentos íntimos com depoimentos críticos de Paulo Herkenhoff, Agnaldo Farias e Miguel Chaia. Dos 100 aos 101 anos concebeu cerca de 30 pinturas. Até a sua morte em fevereiro de 2015, aos 101 anos, seguiu trabalhando.
Documentário Tomie Ohtake
Publicado em 18 de nov de 2015 | Documentário da TV Cultura sobre Tomie Ohtake.